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ATA DA SEPTUAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 01.09.1997.

 


Ao primeiro dia do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Dib, José Valdir, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Paulo Brum e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Sônia Santos e Tereza Franco. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Décima Oitava Sessão Solene, que juntamente com as Atas da Sexagésima Sétima e Sexagésima Oitava Sessão Ordinária, deixou de ser votada face à inexistência de "quorum" deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Fernando Záchia, 03 Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/97 (Processo nº 1945/97); pelo Vereador João Dib, 03 Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/97 (Processo nº 1945/97); pelo Vereador Nereu D'Ávila, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 159 e 160/97 (Processos nºs 2667 e 2670/97, respectivamente) e 03 Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/97 (Processo nº 1945/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 47/97, da Senhora Esther Machado, Presidenta do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre - SINDEC; 308/97, do Senhor João Carlos Vasconcellos, Diretor-Presidente da Empresa Portoalegrense de Turismo S/A - EPATUR; 994/97, do Senhor Renato Costa Figueira, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB/RS; 999/97, da Senhora Maria Aparecida Artioli Moretto, Vice-Presidenta do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil/RS; 1713/97, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto do Estado/RS; s/nº do Deputado Federal Geddel Vieira Lima; Cartão da Senhora Iara Sílvia Lucas Wortmann, Secretária de Estado da Educação/RS; Convites da Editora Orvalho Andaluz, para o coquetel de lançamento do livro "O Lírico da Mulher"; da Universidade  Luterana  do  Brasil - ULBRA, para o coquetel de inauguração  do  Memorial ULBRA Saúde; do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Metroviário e Conexas do Estado/RS - SINDIMETRÔ, para a solenidade de inauguração da Escola de Informática dessa entidade; do Partido Comunista do Brasil, para o Ato de Abertura da 9ª Conferência Estadual  do  Partido.  A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, do dia trinta e um de agosto ao dia sete de setembro do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Maristela Maffei, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Em continuidade, foi iniciada a solenidade de lançamento da "home page" da Câmara Municipal de Porto Alegre na Internet. Compuseram a MESA: o Vereador Clovis Ilgenfritz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre, representando o Senhor Prefeito Municipal; o Senhor Rogério Santana dos Santos, Diretor-Presidente da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre - PROCEMPA; o Senhor Adalberto Heck, Diretor-Geral da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Lauro Roberto dos Anjos da Silva, Coordenador do Serviço de Processamento de Dados da Casa; o Vereador Paulo Brum, 1º Secretário da Casa. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores José Borba Soares, Antônio Carlos Alfi e Marcos Vinicios Mazzoni, respectivamente Gerente de Sistemas, Representante Comercial e Diretor Técnico da PROCEMPA. Após, o Senhor Presidente nominou os funcionários Darcy Siqueira, Eduardo Aubin Nöer, Oli Carlos Ferreira Barbosa e Valtair do Amaral Madalena, componentes do Setor de Processamento de Dados deste Legislativo, e concedeu a palavra ao Senhor Lauro Roberto dos Anjos da Silva, que historiou sobre as etapas que viabilizaram a implantação da "home page" deste Legislativo, ressaltando os benefícios que o processo de informatização trará para a Casa. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Rogério Santana dos Santos, que destacou a importância da implantação da "home page" desta Câmara, como um canal de comunicação que viabilizará um contato mais estreito entre a população e o Legislativo Municipal. A seguir, o Senhor Presidente divulgou o endereço eletrônico da Câmara Municipal de Porto Alegre, bem como os endereços para comunicação via "correio eletrônico" dos Senhores Vereadores, e prestou esclarecimentos acerca dos cursos de informática que estão à disposição dos Senhores Vereadores e funcionários da Casa. Na ocasião, os Vereadores Gerson Almeida e Cláudio Sebenelo parabenizaram os técnicos da PROCEMPA e os funcionários deste Legislativo, que viabilizaram a implantação da "home page" da Câmara Municipal de Porto Alegre, e o Senhor Presidente registrou a participação, no processo de informatização da Casa, do Senhor Fernando Nascimento, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Às quatorze horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram suspensos, nos termos regimentais, sendo os mesmos retomados às quatorze horas e quarenta e três minutos, constatada a existência de "quorum". Após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Gerson Almeida, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear a Semana da Pátria, nos termos do Requerimento nº 174/97 (Processo nº 2374/97), de autoria da Mesa Diretora e Lideranças. Compuseram a MESA: o Vereador Clovis Ilgenfritz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre, representando o Senhor Prefeito Municipal; o Senhor Jonas da Silva Paiva, representante da Liga de Defesa Nacional; o Coronel Engenheiro Qema Dorival Ari Bogoni, representante do Comando Militar do Sul; o Capitão Paulo Leandro da Rosa Silva, representante do Comando-Geral da Brigada Militar; o Jornalista Mário Emílio de Menezes, representante da Associação Rio-Grandense de Jornalismo - ARI;  o Professor Luiz Carlos Pagano Ferreira, representante da família do General Cypriano da Costa Ferreira, homenageado pela Liga de Defesa Nacional durante a Semana da Pátria; o Vereador Paulo Brum, 1º Secretário da Casa. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças do Professor Valdemar Santos, do Doutor Bráulio de Oliveira Neto e do Professor Luiz Carlos Pagano Ferreira, respectivamente, Assessor da Presidência, Conselheiro e Diretor de Ação Cívica da Liga de Defesa Nacional; do Senhor Antônio César Nascimento, Presidente da Associação do Batalhão Suez; do Senhor Antonio Soares de Barros Neto, Presidente da Casa Dico; da Senhora Margarida Ferreira Bittencourt e da Senhora Talita Masera Ferreira. Após, a Requerimento verbal do Vereador Pedro Ruas, deferido pelo Senhor Presidente, foi efetuado um minuto de silêncio face ao falecimento da Princesa Diana de Gales, ocorrido dia trinta de agosto do corrente. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e, a seguir, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Guilherme Barbosa discorreu sobre as acepções do termo "pátria", como união de espaço geográfico e povo que ali vive, analisando aspectos da realidade atualmente vivida pelo povo brasileiro e salientando a importância do trabalho de todos na busca de uma sociedade mais justa e feliz. O Vereador Pedro Américo Leal teceu considerações acerca da conjuntura histórica mundial verificada à época da Independência do Brasil, analisando as conseqüências deste evento para a formação do atual Estado brasileiro. O Vereador Isaac Ainhorn referiu-se ao sentimento de liberdade que existe em cada brasileiro, rememorando os movimentos regionais libertários que precederam à Proclamação da Independência. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Jonas da Silva Paiva, que salientou a importância, para o desenvolvimento do espírito cívico dos cidadãos, das comemorações relativas à Semana da Pátria. Na ocasião, o Senhor Presidente convidou a todos a participarem dos eventos comemorativos ao aniversário da Câmara Municipal de Porto Alegre, e, às quinze horas e trinta e um minutos, declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais, sendo os mesmos retomados às quinze horas e trinta e oito minutos, constatada a existência de "quorum". Após, o Vereador Luiz Braz informou que a partida de futebol que será disputada pelos Senhores  Vereadores, como evento integrante das comemorações relativas ao aniversário deste Legislativo, foi transferida para o dia nove de setembro do corrente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Garcia sugeriu a implantação de salas específicas no Hospital de Pronto Socorro para o atendimento dos feridos em rebeliões nas unidades da Fundação Estadual do Bem Estar do Menor e no Presídio Central. Ainda, criticou a falta de segurança nos estádios de futebol, comentando notícia publicada na imprensa, de que uma bala perdida atingiu um torcedor que assistia a uma partida no Estádio Beira-Rio. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Antônio Losada, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Helena Bonumá, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Clênia Maranhão teceu comentários sobre o falecimento da Princesa Diana de Gales, em acidente automobilístico, salientando o trabalho humanitário que Sua Alteza exercia e questionando a atitude dos fotógrafos que a perseguiam por ocasião do acidente. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Gerson Almeida, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz, reportando-se ao discurso da Vereadora Clênia Maranhão, traçou um paralelo entre o jornalismo feito com seriedade e a imprensa que busca no sensacionalismo a motivação para realizar suas publicações, principalmente no que se refere aos jornais tablóides europeus. O Vereador João Dib rememorou a figura histórica de Getúlio Vargas, comentando as mudanças ocorridas no País durante o seu governo e historiando fatos referentes à sua trajetória de governante e estadista. O Vereador Gerson Almeida referiu-se à realização do XI Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, onde foram discutidos temas relacionados com o atual quadro político brasileiro. Ainda, reportou-se ao discurso do Vereador João Dib, referente à figura política de Getúlio Vargas.  O Vereador Pedro Ruas afirmou que as declarações do Senhor Leonel Brizola à imprensa, comparando o Senhor Luís Inácio Lula da Silva com Getúlio Vargas, visavam expressar a esperança de que o Senhor Luís Inácio Lula da Silva venha a representar, para o País, o mesmo que Getúlio Vargas representou no passado. O Vereador Antonio Hohlfeldt analisou os critérios atualmente utilizados para o cálculo da tarifa do transporte coletivo urbano de Porto Alegre, principalmente no que se refere à contratação de seguro para os passageiros e à inclusão dos valores referentes ao dissídio dos rodoviários. O Vereador Carlos Garcia manifestou-se acerca do XI Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, afirmando observar-se uma concreta consolidação dos partidos brasileiros de esquerda e analisando a coalizão destes partidos para as próximas eleições. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação esteve o  Veto  Parcial ao Projeto de Lei do Executivo nº 18/97, discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Renato Guimarães e Guilherme Barbosa, tendo a Vereadora Helena Bonumá cedido seu tempo de discussão deste Projeto para o Vereador Renato Guimarães. Na ocasião, foi aprovado Requerimento do Vereador Gerson Almeida, solicitando a votação em destaque da Emenda nº 76 aposta a este Projeto.  Ainda, o Senhor Presidente informou que o Senhor Hailton Terra de Jesus, Presidente do Grêmio Esportivo da Câmara Municipal de Porto Alegre, estava visitando os gabinetes e convidando a todos para a 3ª Olimpíada desta Câmara. Também, o Senhor Presidente convidou a todos para a abertura da exposição da escultura de Mário Cladera "A Sagração do Pampa segundo Mark Chagall", do acervo do escritório de arte Anônimos de Avignon. Após, foi votado Requerimento do Vereador Gerson Almeida, solicitando a votação em destaque da Emenda nº 75 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 18/97, o qual recebeu quatorze votos SIM, sendo submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Clovis Ilgenfritz, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Helena Bonumá e Maristela Maffei. Constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou nula a votação deste Requerimento do Vereador Gerson Almeida. Na ocasião, o Senhor Presidente informou ter sido prorrogado, até o dia primeiro de setembro do corrente, o período de Representação Externa dos Vereadores Reginaldo Pujol, João Carlos Nedel e Elói Guimarães, que estão participando do Terceiro Encontro de Prefeitos, Intendentes, Vereadores e Governadores do Cone Central da América do Sul, em Iquique, Chile e declarou encerrados os trabalhos às dezessete horas e oito minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum, Guilherme Barbosa, Pedro Ruas e Renato Guimarães, os dois últimos como Secretários"ad hoc". Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Estão abertos os trabalhos. Saudamos as personalidades, inclusive representantes militares que estão presentes. Após o lançamento da "HOMEPAGE" da Câmara, estaremos realizando o Ato Comemorativo à Semana da Pátria. Esperamos que os Senhores e Senhoras assistam o nosso entusiasmo de estarmos entrando na Internet  no dia de hoje.

O Ver. Juarez Pinheiro solicita licença para tratamento de saúde no período de 31.08.97 a 07.09.97.           

A Mesa declara empossada a Suplente Maristela Maffei em substituição ao Ver. Juarez Pinheiro, nos termos regimentais, que  integrará a Comissão de Constituição e Justiça na ausência do Ver. Juarez Pinheiro.

Passaremos ao ato rápido, simbólico, mas muito importante na história deste Parlamento em comemoração aos 224 anos da Câmara de Vereadores, que já iniciou com vários acontecimentos na manhã de hoje.

Queremos  convidar à Mesa o Exmo. Vice-Prefeito Municipal e Secretário de Governo José Fortunati, que momentaneamente estará representando todas as outras autoridades conosco na Mesa. Convidamos a fazer parte da Mesa o Diretor-Presidente da PROCEMPA, Rogério Santana dos Santos; o Diretor-Geral da Casa, Adalberto Heck; o Coordenador do serviço de Processamento de Dados , Lauro Roberto dos Anjos da Silva, que fará depois uma rápida exposição colocação sobre os serviços que estamos instalando.

Quero registrar a presença do Sr. José Borba Soares, gerente de sistemas da PROCEMPA; o Antonio Carlos Alfi, que tem sido quase que já incorporado à Câmara porque todos os dias está aqui dando assessoria a todos nós, representante comercial da PROCEMPA; Marcos Vinicios Mazzoni, que é Diretor-Tecnico  e o Supervisor de Análise.

O nosso colega de trabalho  que tem sido incansável,junto com a equipe da Casa - isso é importante dizer aqui a todos os Vereadores e visitantes - o Lauro Roberto dos Anjos da Silva está acompanhado da equipe de trabalho da Casa, - além das pessoas que já citei, que são da PROCEMPA e que fizeram contrato com esta Casa e que fazem assessoria para nós, em auxílio ao Ver. Paulo Brum -, os colegas  Darcy Siqueira, Eduardo Noer, Oli Carlos Ferreira Barbosa e Valtair do Amaral Madalena. Eles são os componentes da equipe de Processamento de Dados da  Casa.

Pediria ao coordenador Lauro que faça uma exposição sobre como está funcionando e como vai funcionar esse serviço da Câmara Municipal de Vereadores.

 

O SR. LAURO DOS ANJOS: A Câmara Municipal de Porto Alegre, a partir desta data, abre mais um canal para a população exercer a cidadania consultando e acompanhando os trabalhos desenvolvidos pelo Poder Legislativo Municipal  através de sua "home page" lançada hoje e que já pode ser acessada, via Internet, através do endereço camarapoa.rs.gov.br. Inicialmente foram implementadas as páginas informativas da Câmara, tais como: composição da Mesa Diretora, Vereadores, Comissões, Plenário, Histórico, Agenda,  Imprensa,  Legislação, Memorial,  Biblioteca e outros "links", oferecendo, de forma direta e simplificada, o envio de sugestão da população aos vereadores que integram a presente Legislatura.

Atualmente, todos os gabinetes  estão interligados através de uma rede local formando uma Intranet. Foi implementado um conjunto de programas de automação de escritório e de comunicação, tais como: correio eletrônico, agenda, Internet, processador de texto, planilha eletrônica, banco de dados e apresentações.

Esse projeto foi desenvolvido pela equipe técnica do Serviço de Processamento de Dados  da Casa com o apoio de técnicos da PROCEMPA, através de contrato recentemente firmado entre a Casa e aquela Companhia. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador)

 

O SR. PRESIDENTE:   Assistimos  uma síntese feita pelo Coordenador do Serviço de Processamento de Dados da Casa, Sr. Lauro, e agora vamos passar a palavra ao Diretor-Presidente da PROCEMPA, Sr. Rogério Santana.

 

O SR. ROGÉRIO SANTANA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Vice-Prefeito, José Fortunati, Senhoras e Senhores. Para nós, da PROCEMPA, hoje é um dia de grande satisfação porque, exatamente, neste mês, a Companhia estará fazendo 20 anos e é importantíssimo que chegamos a essa fase com esse alcance tecnológico. e esse reconhecimento público, já que neste ano a PROCEMPA foi escolhida como a melhor empresa pública de informática do País. Isso se reveste de grande importância neste momento em que a Câmara de Vereadores compartilha conosco esse avanço tecnológico disponível na cidade de Porto Alegre. Nós, a partir de hoje, temos a presença na rede mundial de computadores, a INTERNET, de um endereço da Câmara de Vereadores, o endereço de todos os Senhores com a possibilidade de que a população, em qualquer parte do planeta, possa enviar  mensagem a todos os Senhores e que este instrumento seja um mecanismo de busca e coleta de informação também pelos Senhores através da rede mundial de computadores, de outros projetos em outros países e mesmo no Brasil, neste momento em que a INTERNET se torna um grande veículo de comunicação e um novo marco na mídia mundial. Para finalizar, gostaria de cumprimentar os técnicos da Casa, os meus colegas da PROCEMPA que trabalharam em conjunto nesse projeto, um trabalho que ainda continua, pois nós estaremos implementando mais e mais projetos aqui. Cumprimentamos a Câmara por esse novo espaço de comunicação com a sociedade, que tenho certeza, será de grande valia para todos os Senhores. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)            

 

O SR. PRESIDENTE: Pedimos licença aos Srs. Vereadores para divulgarmos o endereço do "e-mail" de cada um, se não houver discordância e é natural que haja.

Há uma publicação organizada pelo SPD e PROCEMPA, cujo endereço da Câmara na Internet é www.camarapoa.rs.br. Estamos conectados!

Se não há nenhum problema, iremos distribuí-la aos Vereadores e também a quem desejar. Queremos dizer que estaremos, através da assessoria da  Casa, do Serviço de Processamento de Dados, fazendo um curso para os Srs. Vereadores que quiserem - é necessária a inscrição. A partir do dia 15, começaremos com algumas aulas fundamentais para quem considerar importante o acesso a este aparelho que nos coloca contra a parede no fim do século XX. Ou assumimos que temos que conhecer esse instrumento - que eu digo que tem parte  com o diabo, porque alguma coisa acontece que a gente não consegue entender - mas a verdade é que no primeiro curso que nós realizamos poucos Vereadores se inscreveram, para não dizer nenhum. Todos manifestaram  vontade, por isso retardamos para o dia 15 de setembro, serão  9 horas/aula inicialmente, com chance de fazer aperfeiçoamentos. Os cursos normais que a Câmara, junto com a PROCEMPA e SPD, estão realizando  vão atingir mais de 250 funcionários de gabinetes e do quadro da Câmara. Isso é muito importante, que junto com o equipamento  vem a instrumentalização dos nossos colegas funcionários.

 Com essas manifestações feitas, nós entendemos concluído este momento, lançando  a  "home page" da Câmara e o "e-mail" dos Srs. Vereadores  e colocando o nosso dia-a-dia na Internet, o que significa uma transparência que passa a ser total e sem o controle de quem quer que seja. As pessoas vão  poder acessar as nossas informações se quiserem. Esse é um processo nosso, junto com a Mesa Diretora, com os serviços da Casa,  Diretoria-Geral, Serviço de Processamento de Dados, com a PROCEMPA, com a ajuda do Executivo Municipal, Vice-Prefeito Fortunati. Foram muito importantes as negociações que mantivemos com a empresa pública, que é a PROCEMPA.

Agradecemos e damos por encerrado este momento de lançamento da "home page". Solicito que o colega do SPD, Sr. Valtair, que está acionando o computador, permaneça entre nós para registrar a presença dos demais Vereadores que estão chegando ao Plenário.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Quero parabenizar a Mesa, em nome do Partido dos Trabalhadores, por essa associação com a PROCEMPA, que tem se demonstrado um exemplo da possibilidade de democratizar e colocar a serviço da população o acesso aos dados da Câmara e o nosso trabalho legislativo. Tenho certeza de que ganha a cidadania de Porto Alegre, ganha a democracia. Parabenizo a Mesa, e, naturalmente, a PROCEMPA, que recentemente teve seu trabalho reconhecido, recebendo um prêmio nacional. Isso nos orgulha, porque demonstra que a empresa pública pode servir bem à sociedade.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO:  Sr. Presidente e demais componentes da Mesa, acho que hoje é um dia de grande alegria para a Câmara e o PSDB registrar este marco histórico de nossa vida como Câmara Municipal de Porto Alegra. Apenas reclamo da minha foto que não saiu muito inspirada. (Risos.) Mas acho que é uma conquista não só dos Vereadores, da Mesa - protesto, também, contra   a foto do Presidente, porque ela já tem dez anos de uso - (risos), mas da Cidade de Porto Alegre e confesso que fiquei agradavelmente surpreso pela qualidade do trabalho realizado. Um trabalho dessa categoria só nos orgulha e nos deixa com uma profunda alegria.   Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a presença do Presidente da PROCEMPA, do Coordenador do SPD e o Diretor-Geral da Casa, que teve uma participação fundamental nesse processo. Agradeço,  também,  aos funcionários da Casa e lembro, aqui, um amigo que deu uma assessoria gratuita e espontânea, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,  Sr. Fernando Nascimento.  Agradeço a todos e solicito ao nosso Vice-Prefeito que permaneça à Mesa e suspendemos os trabalhos por um minuto.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h39min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 14h42min.):  Estão reabertos os trabalhos. 

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Sr. Presidente,   em função de o período de Comunicações estar destinado hoje para comemorar a Semana da Pátria, por solicitação da Mesa, e pelos nossos convidados já estarem aí, vários deles honrando esta Casa, solicito a inversão da Pauta para que entremos diretamente  nas Comunicações e depois  sigamos a ordem normal dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Gerson Almeida. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADO por unanimidade. 

Passamos  às

COMUNICAÇÕES

 

O SR. PEDRO RUAS (Requerimento):  Sr. Presidente,  faço este Requerimento em meu nome pessoal e em nome da Ver. Maria do Rosário  no sentido de que façamos na Casa um minuto de silêncio pelo falecimento trágico da cidadã inglesa Princesa Diana, com vínculos profundos  com as causas sociais do mundo inteiro e, em especial, com as do nosso País.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, pedimos licença apenas para compor a Mesa  e, imediatamente, já com as personalidades que muito nos honram  faremos então um minuto de silêncio.

Hoje o período é destinado a comemorar a Semana da Pátria nos termos do Requerimento nº 174/97 de autoria da Mesa Diretora e de todas as Lideranças da Casa.

Temos a honra de convidar o Excelentíssimo Vice-Prefeito, representando o Prefeito Municipal, o Sr. José Fortunati; o  1º Secretário da Câmara de Porto Alegre,  Ver. Paulo Brum; convidamos com muita honra para fazer parte da Mesa o Senhor Representante da Liga de Defesa Nacional, Dr. Jonas da Silva Paiva.

Anunciamos ao Plenário que o homenageado deste ano pela Liga de Defesa Nacional, durante a Semana da Pátria, é o General Cipriano da Costa Ferreira.

Faremos um minuto de silêncio em homenagem à Princesa Dianna, por Requerimento do Ver. Pedro Ruas e Maria do Rosário.

 

(É feito um minuto de silêncio.)

 

Convidamos a todos para ouvir o Hino Nacional Brasileiro.

 

(Executa-se o Hino Nacional Brasileiro)

 

Queremos considerar como extensão da Mesa as ilustres figuras: prof. Valdemar Santos, assessor da Presidência da Liga de Defesa Nacional; Dr. Bráulio de Oliveira Neto, Conselheiro da Liga de Defesa Nacional; prof. Luiz Carlos Pagano Ferreira, Diretor de Ação Cívica da Liga de Defesa Nacional e sobrinho-neto do gen. Cypriano da Costa Ferreira, homenageado desta Semana da Pátria; Sr. Antônio César Nascimento, Presidente da Associação do Batalhão Suez; Dr. Antônio Soares de Barros Neto, Presidente da Casa Dico; Sra. Margarida Ferreira Bitencourt, neta do gen. Cypriano da Costa Ferreira; Sra. Talita Masera Ferreira, neta do gen. Cypriano da Costa Ferreira. Do Cel. Qema Dorival Ari Bogoni, representando o Comamdo Militar do Sul.

A Mesa faz questão de convidar o prof. Luiz Carlos Pagano Ferreira, sobrinho neto do gen. Cypriano da Costa Ferreira, para representar a família  na Mesa.

Antes de passarmos a palavra ao primeiro orador inscrito, queremos consultar o Plenário porque, no entendimento desta Mesa, o nosso setor de Relações Públicas recebeu a informação de que três Vereadores  falarão por toda a Casa. Estamos anunciando que irão falar os Vers. Guilherme Barbosa, Pedro Américo Leal e Nereu D’Ávila.

 O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: (Saúda os componentes da Mesa.)  No próximo domingo, dia 07 de setembro, estaremos comemorando mais um dia da Pátria. Ao pensarmos na Pátria, que idéia nos vem  à mente? A Pátria é o conjunto de um espaço geográfico e a comunidade que aí vive, não tem como separar essas duas noções básicas. Portanto, ao pensarmos na Pátria, no nosso querido Brasil, este País dito continente, temos que de fato tentar pensar nesse conjunto. O nosso Brasil - digo algumas vezes - é um País, sem dúvida, dos mais aquinhoados pela natureza. A sua grande extensão, assim como grande extensão é a sua terra agricultável, temos um extenso litoral, temos um subsolo muito rico , esse é o nosso País, praticamente com nenhum problema climático ou com muito pouco, quando comparamos com outros países do Mundo. E o nosso povo olhando, ao mesmo tempo, o outro aspecto que compõe a Pátria? Sem dúvida, é um povo trabalhador que, quando é desafiado à luta, sempre correspondeu, lutas que são em defesa desse próprio espaço geográfico. É um povo que, às vezes se diz, de índole pacífica e ordeira mas, ao mesmo tempo, guerreiro quando precisa sê-lo.

 Mas, Senhores e Senhoras Vereadores, é preciso baixar um pouco o olhar para verificar como está a situação do nosso povo, a qual não é das melhores nesse momento. Temos muitos problemas sociais: é grande o desemprego, os salários não são altos, falta política para a agricultura, para a habitação e de caráter social. Não há como nós, ao avaliarmos a nossa Pátria, deixarmos de analisar esses aspectos. Mas, eu acredito sim, nesse povo brasileiro, que é um povo mesclado de muitos outros, originalmente, do índio, português e do espanhol e depois, mais recentemente, dos alemães e italianos, que sempre foram muito bem vindos ao nosso País. Esse povo que é uma mescla de tudo isso, nele reside a esperança, a luta permanece. Nós temos certeza de que se investirmos nesse povo, com mais educação, com mais possibilidades, esta Pátria Brasil, que é forte, bondosa, se tornará, com certeza, um dos Países mais desenvolvidos do mundo, porque nós temos, ao mesmo tempo, como me referi, um espaço geográfico dos mais ricos e um povo que, quando desafiado, vai ao futuro. É preciso que os governantes lhe dêem mais condições para que, de fato, a Pátria seja, em conjunto, povo e o espaço geográfico cada vez mais importante e mais feliz. Estamos todos, de qualquer forma, de parabéns. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente da Câmara, Ver. Clovis Ilgenfritz, demais autoridades já nomeadas pelo orador que me antecedeu, Senhoras e Senhores, Srs. Vereadores, eu falo em nome do meu Partido e em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, com muita honra.

O fim do século XIII e início do século XIX caracterizaram-se por grandes transformações. Lampejos de liberdade assanhavam o mundo sob o impacto da Revolução Francesa, que ainda repercutia nos ânimos acalorados em todos os países. Jovens nações  lutavam  para se desvencilhar dos seus dominadores; eram colônias, povos conquistados, que não se conformavam em ser subjugados.

Façamos um giro de horizonte para ver o mundo ao nosso redor, sem o que não entenderemos o trabalho intelectual feito pelos Andradas, que culminou, finalmente, na Independência. A Independência não foi improvisada. Sem os Andradas a Independência  até seria adiada. Em que época vivíamos no mundo de então? James Monroe presidia os Estados Unidos;  Martin Rodrigues, a Argentina;  O'Higgins, o Chile;  Bolívar, o Libertador, a Colômbia e a Venezuela.

Vivíamos ares de liberdade. As cabeças coroadas se acautelavam pelo resto do mundo. Na Áustria, reinava Francisco I;  Maximiliano José era rei da Baviera; Fernando VII reinava na Espanha;  Jorge IV, na Inglaterra;  Guilherme Frederico, nos Países Baixos;  Leão XII era o Papa. Era uma época de expectativa sob o ciclone de Napoleão. E o Brasil?

 No Brasil ensaiava-se a liberdade, mas como Reino. Não lutava pelo regime republicano como os outros, tampouco pretendia se industrializar.

Qual o quadro cultural dessa época? Que idéias iam pelo ar? Na França, centro cultural do mundo, personalidades como Chateaubriand, Lamartine, Vigny, Victor Hugo dominavam no mundo das letras.

Cánovas e Rossini encantavam o mundo da música, enquanto Goya, na Espanha, imortalizava-se em suas telas.

Nas letras, na Alemanha, surgia Goethe, enquanto na Filosofia, Hegel e Humboldt predominavam.

Beethoven colocava o mundo em suspense na música.

Em rápidos traços era esse o momento em que a Independência foi cogitada pelos Andradas, secundados pela Princesa Leopoldina.

Os Estados Unidos havia se libertado da Inglaterra. Na América do Sul e Central, nações sacudiam o jugo partindo para a independência e  industrialização.

As cabeças cultas que circundavam Dom Pedro, jovem impulsivo, pouco erudito, estavam atentas para o momento nacional.

José Bonifácio havia retornado da Europa e havia resolvido com sucesso, em 23 de junho de 1822, a mudança institucional da Província de São Paulo. Satisfez-se com a Vice-Presidência. Em gesto de desprendimento e com a sua atuação, impedia que Dom Pedro voltasse para Portugal.

O Dia do Fico foi trabalho intensivo desse grande brasileiro, que não admitia ver as ordens da Corte serem cumpridas por Dom Pedro. E o que queria a Corte senão retroagir, fazendo as Províncias se subordinarem diretamente a Lisboa e os tribunais de justiça serem extintos e as causas julgadas em Lisboa.

O Dia do Fico foi decidido na maçonaria. O título de defensor perpétuo do Brasil foi decidido na maçonaria. O dia e a solenidade da coroação foram decididas na maçonaria sob orientação dos Irmãos Andradas.

José Bonifácio era cabeça vulcânica, sob cabelos brancos, como foi conhecido na França, o homem para o momento. Dom Pedro e ele se completavam. Num, o raciocínio, no outro, o destemor. Pedro era jovial, corajoso, leviano, audaz, num misto de Dom Quixote e Casonova, viril, sequioso de poder e de liberdade mas não era um idealista. Foi um libertador, porque lhe acenavam, os brasileiros que lutavam pela Independência, com o trono e o poder. Assim devemos avaliar a carta que a Princesa Leopoldina enviava a ele, seguida de correspondência de José Bonifácio, pelo Correio da Independência.

  O Correio da Independência era um homem, um homem simples, que naqueles tumultuosos dias em que vivíamos foi  Paulo Emílio Bregaro, o Correio da Independência. O homem que entregou as cartas a Dom Pedro, a galope, numa verdadeira maratona sul-americana, entregou essas cartas, matando seis cavalos até chegar ao sítio do Imperador, e junto a Pedro I ele já montava a sétima montaria.

Dizia uma delas, a de Dona Leopoldina: " Só a sua presença e muita energia e vigor podem salvá-lo da renúncia. As instruções de Lisboa são péssimas. Quatorze Batalhões se apressam, em três naus, a tomar o rumo do Brasil. Todos em Lisboa o tratam com desdém". E por aí ia.

Pedro afastou-se, desmontado, para pensar e, em silêncio, voltou-se para o Padre Belchior Pinheiro de Oliveira, que o acompanhava, e lhe perguntou: " O que fazer?" Fora o Padre que lhe lera a carta e foi ele que lhe respondeu: " Ou Vossa Alteza se faz Rei do Brasil ou se considera prisioneiro das cortes e por elas será deserdado".

Surgiu D. Pedro, repentinamente, saiu daquele estado de letargia para uma atitude varonil, arrebatado, vibrátil, fulminante, tirando as tarjas vermelhas e azuis do chapéu e proclamou, às 16h30min de 7 de setembro de 1822, um brado de revolta - saudando o ocaso, como diria o poeta, muito tempo depois -: "Independência ou Morte!". Não sei de onde ele buscou essas palavras, mas naquele momento ganhávamos a liberdade política e ingressávamos na dívida colossal de 12 milhões de libras. Dívida de Portugal, em Londres, que a Inglaterra transferia, muito comodamente, para o Brasil, e mais de 600 mil libras como indenização de propriedades perdidas pela corte e por D. Pedro I, aqui no Brasil.

Estamos nessa luta, meus senhores, de nos desvencilharmos dessa dívida, que subiu astrologicamente, até hoje, mas devemos sair dela. Muito obrigado. (Palmas.)

 

 (Não revisto pelo orador.)

    

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra no tempo em que lhe cede o Ver. Nereu D'Ávila.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores (saúda os demais componentes da Mesa.) Eu acho que se guarda sempre, nessas oportunidades, especialmente para a Câmara Municipal de Porto Alegre, um momento muito especial, porque coincide, historicamente, apesar da diferença dos anos, as comemorações do aniversário da representação política da Cidade de Porto Alegre, da Câmara Municipal, do Legislativo Municipal com a Semana da Pátria.

 Há como que um despertar nas consciências das pessoas um peso maior aos fatos da nossa história, sobretudo em relação a Pátria, a semana que comemora a Pátria Brasileira, coincidindo com a data maior da independência política do Brasil e que representa um passo importantíssimo do desenvolvimento, talvez o mais importante marco do desenvolvimento da nossa história. E poderíamos dizer, com  absoluta tranqüilidade, somos um País jovem. Quinhentos anos, na história de um país, na história de um povo, de uma nação, é um período pequeno, frente, sobretudo,  a história dos países do velho mundo, da Europa, da Ásia e da África. E temos, com essa feliz coincidência, uma reflexão extremamente importante, posto que o sentimento de independência, o sentimento de liberdade, também estava intimamente ligado a um sentimento da representação política e social da sociedade brasileira,  expressa nas reflexões dos estudiosos, dos filósofos, sobre a democracia. E nos sonhos e na revolta  de Felipe dos Santos, nos sonhos das insurreições libertárias, que tem o seu momento maior na presença de Tiradentes, já estava naquele cadinho de idéias e de lutas sociais a rebeldia que nos levaria finalmente à Independência da Pátria em 1822.

Acho que é importante, no momento em que se faz a homenagem à Pátria, comemorativa ao 7 de setembro de 1822, toda uma reflexão anterior dos movimentos libertários que precederam ao momento  culminante que foi a Independência. Ao processo de exploração que o Brasil sofria na condição de colônia,  e como disse muito bem o Orador, que aqui me antecedeu, falando do grande endividamento que o nosso País já tinha em relação a Portugal e à Inglaterra. Este é o momento em que se discute, por incrível que possa parecer, a reflexão sobre a democracia, o debate sobre a representação popular, o debate sobre o Poder Legislativo, o debate sobre a democracia representativa. Quando essas questões estão em discussão, temos que buscar nas nossas raízes históricas uma explicação para todos esses institutos jurídico-políticos.

Encontramos, também, na nossa história, exatamente naquela que antecede e que é precursora da Independência Brasileira em 1822, um caldo cultural que se expressava na busca desses movimentos libertários. Eu sempre digo que a referência do século XIX se constitui pela expressão das figuras dos Andradas e Dom Pedro I, com o prosseguimento do papel de Dom Pedro II no século passado. Este é um momento que julgo importante porque esta Casa vem trazendo também neste debate uma integração muito grande com a Brigada Militar e com a Liga de Defesa Nacional - que tem sido uma presença constante nesta Casa, eu próprio sou testemunha quando exerci a Presidência. Um detalhe importante é a integração que hoje esta Casa tem com uma  expressão maior, com uma instituição permanente da vida nacional que são as Forças Armadas, através da relação que tem com o Comando Militar Sul, que tem contribuído e tem sido historicamente um baluarte na luta pelo despertar desses sentimentos pátrios e cívicos: o amor à bandeira, o amor a certos valores que muitas vezes são esquecidos.

Eu acredito que isso é uma coisa que se deve fazer, sobretudo, nos bancos escolares. O próprio Ver. Luiz Braz é o autor  de uma Lei que obriga as escolas municipais a cantarem  o Hino Nacional. Isso é algo que não precisaria ser lei, deveria ser  natural, algo espontâneo, mas a experiência  nos mostra que é necessário estabelecer um princípio legal para que essa prática se torne contínua, para que possamos transmitir, de geração em geração, esse valores. Um país que se preza como pátria, como instituição, como nação, tem que respeitar os  seus valores históricos, e a nossa história tem, em seus momentos maiores, indiscutivelmente a Independência do Brasil. Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador.)                                                        

 

O SR. PRESIDENTE: O Professor Jonas da Silva Paiva fará uso da palavra, neste momento, pelo nosso homenageado.

 

O SR. JONAS DA SILVA PAIVA: (Saúda os componentes da Mesa.) Srs. Vereadores, Membros da Liga de Defesa Nacional. Realmente tudo que pretendíamos dizer na tarde de hoje foi dito por esses Vereadores que, tão brilhantemente, têm feito uso da palavra, não só em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, mas também a esse grande acontecimento que hoje se realiza também, a data natalícia da Câmara Municipal de Porto Alegre. Então, só nos resta uma palavra de agradecimento a todos os Srs. Vereadores,  que sempre nos têm honrado desta tribuna para falar em homenagem à Semana da Pátria. Eles, quando assim mencionam, falam sobre o papel  da Liga da Defesa Nacional, sobre o papel  da Liga de Defesa Nacional.

Quando o nosso Ver. Pedro Américo Leal citou que falava em nome de duas autoridades, nós pensamos muitas vezes no orador da Liga de Defesa Nacional, que sempre que o convidamos para que compareça em todos os lugares, em todos os acontecimentos, ele imediatamente assume com muita satisfação. Aproveito para agradecer.

Como disse, a Câmara Municipal de Porto Alegre, hoje, comemora 224 anos de fundação, quando assim mencionamos, nós pensamos naquele primeiro Vereador Presidente desta Casa com seus demais componentes que nos deram a oportunidade de agora estarmos contando mais uma data natalícia. Gostaríamos de ter mencionado o nome do Presidente da fundação desta Casa e seus Vereadores, porque nós sabemos o  papel desses Vereadores.

Em homenagem a esta Porto Alegre tão querida, aproveito a oportunidade, também, de felicitar a todos os Presidentes desta Casa, a todos que por aqui passaram e que não mediram esforços para que se concretizasse este acontecimento de hoje.

Sr. Presidente, eu representando, neste ato, o nosso Presidente da Liga de Defesa Nacional, Sr. Under Correia, que pede que eu transmita o seu abraço a V. Exa. e a todas as autoridades, em especial aos nossos Vereadores. E pela oportunidade que esta Casa tem nos dado há muitos anos de aqui trazermos a palavra do nosso agradecimento.

Aproveito, também, a oportunidade de convidar a todos para que compareçam à programação da Semana da Pátria, pois ela já deixa de ser semana, pois começou no dia 30 passado, porque o nosso homenageado  pertence à cidade de Santana do Livramento, onde foi acesa a chama da Pátria. Hoje, às 9h30min, o Sr. Presidente da República usou da palavra e deu como acesas todas as piras deste País, começando por Brasília. Também queríamos daqui agradecer a todas essas autoridades, a todos esses Municípios, onde fomos carinhosamente recebidos pelos seus Prefeitos e  Vereadores, para que trouxéssemos de Santana do Livramento o fogo simbólico. Quero, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mais uma vez agradecer por essa bela oportunidade na tarde de hoje. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Vice-Prefeito e o nosso Primeiro Secretário afastaram-se momentaneamente para atender a imprensa. Quero mais uma vez reforçar diante dos nossos pares, Vereadores que compõem esta Casa, e sempre na presença do  querido embaixador do Prefeito, que é o nosso trigésimo quarto Vereador jornalista Adaucto Vasconcelos, e todos os funcionários desta Casa, assessores, da nossa honra de poder estar neste momento homenageando a Pátria através da Liga de Defesa Nacional e homenageando o Gen. Cypriano da Costa Ferreira.

Quero abusar um pouco da minha posição de Presidente deste trabalho para revelar que tenho um parentesco, ainda que longínquo, com um dos participantes desta reunião que também é de Ijuí e descendente de um Primeiro Intendente do Município de Ijuí, o Coronel João Diet de Barros, figura  da história do Rio Grande, mas particularmente da nossa história de Ijuí, que é  tio de meu pai.  Emociona-me também a presença hoje aqui do Dr. Antônio Soares de Barros Neto.

Agradeço, pelas  presenças, ao Vice-Prefeito José Fortunati, representando o Prefeito e aos componentes da Mesa: representando a Liga de Defesa Nacional, o Dr. Jonas da Silva Paiva; ao representante do Comando Militar do Sul Coronel e Engenheiro Qema Dorival Ari Bogoni; ao representante do Comando Geral da Brigada Militar Capitão Paulo Leandro da Rosa Silva; ao representante da ARI, Jornalista Mário Emílio Menezes e a todos que nos honraram com a sua presença.

Damos por encerrada esta homenagem, convidando a todos para que assistam a algumas de nossas realizações na comemoração da Semana da Câmara. Nós temos um folheto que foi distribuído e que contém a programação. Hoje pela manhã lançamos o Livro com uma pequena história da nossa Casa. Inauguramos uma exposição no nosso memorial de fotografias e documentos. Existe uma Exposição inaugurada hoje sobre a evolução urbana da nossa Cidade. À tarde vamos inaugurar uma exposição de esculturas e cada dia  haverá uma série de acontecimentos. Inclusive já deixamos o convite  para que assistam a nossa Sessão Ordinária de quarta-feira que será realizada nos altos do Mercado Público Municipal. Muito obrigado a todos.

Suspendemos a Sessão para as despedidas. 

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h31min.)

 

O SR. PRESIDENTE (15h38min): Reabrimos os trabalhos ainda no Período de Comunicação.

 

O SR. LUIZ BRAZ  (Esclarecimento): Senhor Presidente, já que há uma atividade esportiva da Semana da Câmara, que está sendo anunciada para amanhã às 11 horas, o GRENAL, devo informar  a V. Exa. que, por problemas de local, estamos transferindo o GRENAL entre os senhores Vereadores para terça-feira que vem, dia nove, das l8h30min às l9h30min, lá no mesmo local onde seria realizado o jogo de amanhã. Há problema de horário, porque amanhã seria às onze horas. Imaginem se estiver fazendo  todo o sol que anda fazendo nesses dias, jogando às onze horas os velhinhos não agüentam. Não é o nosso caso.

 

O SR. PRESIDENTE: Fica uma questão delicada porque o Grêmio está querendo oferecer o local também. Mas, tudo bem, façamos outro GRENAL.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Esse do campo do Internacional, de acordo com o entendimento com o Ver. Záchia, ficaria para dia 9, das 18h30min às 19h30min. O nosso time, que é o Grêmio, já está se preparando para a semana que vem.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa , através do seu Secretário, tem uma dúvida que precisa ser esclarecida antes de passarmos a palavra ao Ver. Carlos Garcia.

Tínhamos três oradores no Período de Comunicações. Falaram os Vereadores Isaac Ainhorn, Pedro Américo Leal e Guilherme Barbosa. O Ver. Guilherme falou no lugar do Ver. Décio. A Bancada do PT ofereceu, para a Bancada do PDT, lugar para o Ver. Isaac falar e o Ver. Pedro Américo Leal falou no lugar do Ver. João Dib. Realmente, faltam dois Vereadores.

O Ver. Carlos Garcia está com a palavra no Período de Comunicações.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  caro colega Pedro Américo Leal. Hoje vou falar sobre a área de segurança.  O assunto que abordarei de imediato já foi objeto  de discussão aqui nesta Casa e é relativo aos constantes motins ocorridos na FEBEM. Aproximadamente, há três semanas, levantamos  uma questão que julgamos importante: toda vez que ocorre um motim  na FEBEM ou no Presidio Central os amotinados são levados imediatamente  para o Hospital de Pronto Socorro, para depois se dirigirem ao IML. Isso cria um constrangimento enorme para as pessoas que estão recebendo tratamento naquele momento no Hospital de Pronto Socorro. Então, os próprios funcionários do Pronto Socorro estão insistindo para que haja uma sala especial para esses casos. Em vista disso, estamos  entrando com um pedido  junto ao Secretário da Saúde, vendo a possibilidade da implantação de uma sala especial  para atendimento de vítimas de motim em presídio e membros da FEBEM, dentro do Hospital Pronto Socorro. Nós julgamos que é necessário  devido ao grande perigo e constrangimento que as pessoal que lá estão sendo atendidas provocam, fazendo com que os pacientes, muitas vezes, queiram sair. Nós já falamos neste assunto e estamos, novamente, enfatizando a necessidade de o Hospital de Pronto Socorro ter uma sala, uma sala simples, para atendimento às vítimas de motim.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. tem plena razão. Essa sala é uma imposição  que se faz porque há um constrangimento geral. Aliás, há repercussão até na área de segurança, do próprios enfermeiros, dos próprios médicos. Eu lhe dou os meus parabéns por esse projeto. Já falei nesse problema em rádio e televisão, era necessário se fazer isso. V. Exa. tem agora a prerrogativa de fazer um projeto,  estou de pleno acordo e lhe dou bastante força para que esse projeto caminhe com muita rapidez.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Obrigado. Vou solicitar também à Vera. Sônia Santos como Presidente da Comissão de Saúde, que leve esta nossa manifestação ao Secretário da Saúde para que nós possamos ter, o quanto antes, esta sala de atendimento especial no Hospital de Pronto Socorro.

 A outra questão que também envolve segurança é relativa a uma bala perdida, ontem, no estádio do Sport Club Internacional. O representante comercial Davi, 38 anos, foi atingido por uma bala dentro do Beira-Rio. Isso é um assunto bastante grave. Ontem, aproximadamente, 50 mil pessoas estavam dentro do estádio e, conforme depoimento do próprio representante comercial, Sr. Davi, ele diz: "Estava nas filas centrais das cadeiras atrás da goleira e, quando o Inter entrou em campo, senti que havia sido atingido no pescoço. Pensei ter sido um foguete, mas vi que estava sangrando muito e fui até o atendimento médico do estádio. Eles descartaram ser tiro, mas continuou doendo e fui ao Hospital de Pronto Socorro onde o RX constatou a bala." Um detalhe que foi enfocado, "entrei no Beira-Rio com minha mulher e amigos e ninguém foi revistado. É preciso um cuidado maior" - ele relata - " por parte da Brigada e dos clubes nos jogos. Alguém pode morrer!" Ele relata ainda que tem muita sorte em estar vivo.

Imaginem, V. Exas., 50 mil pessoas dentro de um estádio e alguém foi baleado. Nós fomos obter informações junto ao 1º Batalhão da Brigada Militar e, como é característica da Brigada, estão fazendo uma perícia, estão verificando, eles não têm condições de saber se o tiro foi disparado dentro do estádio ou não.

O que nós queremos ressaltar é que seja feita uma revista nas pessoas que vão ao estádio, porque, mais do que nunca,  agora nós conseguimos que as famílias retornem ao estádio de futebol, e, às vezes, um motivo desses pode fazer com que todo um público que gosta de futebol acabe com desconfianças, deixando de ir ao estádio.

Além do mais existe uma lei estadual, Lei nº10.909, que diz que todos os eventos esportivos deve ter  policiamento ostensivo, e esse é o caso, a Brigada recebe 6 UFIRs por homem/hora.

 

O Sr. Cyro Martini: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu gostaria de fazer uma observação, até porque toca em estádio de futebol, que é algo que nos importa muito. Para disparar dentro de um estádio uma arma de fogo sem que disponha de silenciador, este é impossível. Porque se V. Exa. nunca viu uma correria num campo de futebol, eu vi e mais de uma, é uma coisa desastrosa. 50 mil pessoas, se houvesse um disparo normal de arma de fogo, seria uma correria cujas conseqüências seriam inconcebíveis.

Outra observação é que acho que antes de o HPS adaptar-se para receber o pessoal da FEBEM, acho que a SUSEPE tem que providenciar para ter um hospital no sentido de oferecer esse tipo de atendimento.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Concordo só que é uma exigência do IML que tenha que passar pelo Hospital de Pronto Socorro. Quanto à bala perdida, a Brigada está investigando. O que queremos é que haja, efetivamente, um policiamento nesse aspecto mais vigilante, até porque ontem foram repassados aproximadamente R$4.500,00, mediante o trabalho de 150 homens, aproximadamente R$5 reais por  homem\hora, seis horas de trabalho.

 Em cima dessas duas questões de segurança fazemos a nossa manifestação, visando a, única e exclusivamente, salvaguardar o bem-estar do povo porto-alegrense. Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o pedido de Licença  para tratar de Interesses  Particulares  do Ver. Antônio Losada no dia de hoje.(Pausa.) Os Srs. Vereadores que  o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Ver. Helena Bonumá toma posse, passando a integrar a CUTHAB.            

A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, neste período de Comunicações, eu queria fazer uma reflexão  sobre acidentes de trânsito, porque o mundo inteiro, perplexo, acompanhou a notícia de mais um acidente: o acidente que matou três dos quatro passageiros de um dos carros mais seguros do mundo que trafegava nas ruas de Paris. Perseguido por motos dirigidas por fotógrafos jornalistas, o carro sofreu  uma colisão, e o atendimento foi substituído pela fotografia em nome da informação.

 Que informação tão importante pode substituir o direito ao socorro, e o que faz uma pessoa dirigir o que é  que faz uma pessoa dirigir em velocidade ao ponto de por em risco a vida de alguém para preservar a sua própria privacidade?                         

Morreu a Princesa Diana, que, pelo  fetiche que envolve a vida  dos nobres, nos parecia tão irreal e, portanto, distante da morte.  Morria, porém, uma mulher de trinta e seis anos, divorciada, rica, desejada, admirada, questionada, invejada, famosa, nobre. A mulher mais fotografada do mundo. Morria uma mãe, para os seus filhos,  príncipes, adolescentes: William, de quinze anos, e Henry, de doze, órfãos, pois sua mãe se foi, nos fazendo lembrar a triste história infantil que reproduz o diálogo entre o pobre príncipe e o rico menino pobre que tinha o afeto da família.

Pela trajetória de militância, temos acompanhado a história de tantas mulheres pobres, sem direito à justiça e muito distantes das políticas sociais; mas mulheres  que morreram, muitas delas, na busca de garantir o seu direito de viver só, ou  de garantir o direito de reconstituir a sua vida.

O que nós não sabíamos é que essa dificuldade  tão comum, inerente, na cultura da modernidade, à condição feminina  atinge as pobres e as ricas, as plebéias e as princesas. Diana passou a vida tentando preservar a privacidade dos seus filhos e a sua privacidade de mãe num legítimo direito de preservar a sua privacidade de mulher. Estranha sociedade esta  que nós construímos, onde a privacidade tem o seu preço e, às vezes, é o preço da vida.

Nós, pobres e ingênuas, nas fantasias que formulávamos, a partir da imagem da representação daquela mulher, nós a acreditávamos poderosa -  e tão poderosa que jamais pensávamos que fosse morrer pelo fato de ser mulher. A vida da Princesa Diana é cheia de questionamentos. Depois da morte não caberia aqui fazê-los. Porém a Princesa Diana, na prática, tornou-se a embaixatriz  de causas humanitárias, de questionamentos de preconceitos e de  velhos conceitos da Monarquia.

O que se espera é que a sua morte, a sua trágica morte, seja um motivo de a sociedade mundial  aprofundar a discussão sobre a liberdade, sobre os limites  da liberdade de imprensa e sobre os limites da  liberdade individual. Esperamos que a brutalidade daquele acidente leve  a sociedade a discutir, a aprofundar e a entender melhor a cadeia de responsabilidades. A responsabilidade de quem, acima dos interesses do  dinheiro,  invade a privacidade alheia; a responsabilidade dos editores, que compram  por  preços incalculáveis,  fatos  e fotos dos que invadiram a privacidade e a responsabilidade dos ouvintes, os leitores, as pessoas que, sem questionarem os próprios limites da sanidade da sua curiosidade, garantem  a compra desses veículos. Esperamos que essas trágicas mortes não  venham servir para a  diminuição da luta pela liberdade, mas sirva para entender que a liberdade de um setor deve  realmente constituir-se sempre dentro de determinados  limites para  que não influa na liberdade de outro.

 Queremos, nesta tarde, refletir sobre a morte da Princesa  Diana ou do jovem milionário  Dodi Al-Fayed, e pensar que a vida vale muito pouco numa sociedade quando os valores se diluem. Mas é também um  momento de se pensar: quem está com as mãos sujas de sangue? Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O  SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento):  Sr. Presidente, requeiro, com a concordância dos demais Vereadores, que passemos imediatamente à Ordem do Dia, posto que os trabalhos, pelos expedientes antes realizados,  já estão adiantados. Solicito a inversão dos trabalhos, passando a discussão da Pauta para depois da  Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn):  Em votação Requerimento do Ver. Gerson Almeida que solicita a inversão dos trabalhos. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.

 O Ver. Luiz Braz está com a palavra para Comunicação de Líder pelo PTB.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não iria falar sobre o tema, mas já que a Vera. Clênia Maranhão veio à tribuna, sinto-me obrigado a dizer que não são os jornalistas que devem ser acusados de qualquer envolvimento com essa tragédia ocorrida em Paris.

Os profissionais que estão sendo acusados são profissionais que se colocam em uma área muito especial. É um jornalismo diferente, e não o jornalismo tradicional que nós conhecemos; é um jornalismo onde os profissionais estão interessados em fazer apenas sensacionalismo; é um tipo de imprensa que, praticamente, não temos no Brasil. Tivemos alguns ensaios desse tipo de imprensa que não chegaram a proliferar. Esse tipo de profissional é muito conhecido, pelo seu trabalho sensacionalista, principalmente na Itália, Inglaterra e outros países europeus, mas aqui, não. O tipo de jornalismo que conhecemos aqui, de forma alguma, poderia ser misturado com esse tipo de jornalismo que está sendo anunciado como possível responsável pela morte de Lady Di.

 Hoje, ouvindo  o programa de rádio Polêmica, do Lauro Quadros, um dos participantes dizia que, se fosse possível, ele votaria em todas as opções oferecidas pelo programa sobre os responsáveis pela tragédia ocorrida com a Princesa Diana. Eu acho que ele está absolutamente certo. Não se pode dizer que seja exclusivamente culpa dos paparazzi , até porque eu não conheço os detalhes dos fatos.

Acredito que  estamos entrando em contato com esses detalhes através de notícias que ainda não estão devidamente comprovadas. Nós ouvimos um lado dos fatos e não ouvimos o outro.  Já ouvi falar que uma das motocicletas cortou o carro; outras informações dizem que uma das motos causou um brilho excessivo que ofuscou o motorista da Mercedes. Então, são apenas suposições. Não se pode, nesta altura dos acontecimentos, fazer um julgamento que crucifique este ou aquele setor. Nós podemos trabalhar em cima de suposições, mas nenhuma das suposições que possamos fazer poderia atingir os profissionais de imprensa.

O jornalismo, tal qual nós conhecemos aqui em nosso País, não tem nenhuma conotação com aquele tipo de jornalismo que está sendo atacado por alguns setores com relação a essa tragédia envolvendo a Lady Di.  Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra  para uma Comunicação de Líder.

 

 O SR. JOÃO DIB:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, incomparável e ímpar são sinônimos. Há alguns dias, quando se propunha uma homenagem, lembrando o falecimento de Getúlio Vargas, que ocorreu  no dia  24 de agosto, e se propunha que fosse feita a homenagem no dia 03 de dezembro, eu dizia que era um desrespeito a memória de Vargas, e votei contrariamente.

 O incomparável é aquele que não se compara; e Vargas, para mim, é incomparável.

"Vargas” - segundo Assis Chateaubriand – “poderá dizer-se que foi o espongiário magnífico deste oceano humano que é o Brasil. Ele era o guasca, o campeiro, o caipira, o tabaréu, o matuto, o jeca, o sertanejo, o farroupilha, o favelado, o charrua, o tamoio, o guarani, o capixaba, o caeté, o tupinambá, o tabajara, o tupiniquim, o timbira, o marroeiro, o homem branco, o negro, o amarelo,  nas infinitas nuanças de todas essas cores; a música dos nossos rios; o barulho das nossas cachoeiras; a alegria das nossas madrugadas; a graça de um mês de maio nas campinas verdes do Rio Grande; o sorriso das nossas crianças; o uivar do minuano nas coxilhas; o coruscar das estrelas neste céu tropical.

Que deslumbrante aquarela do Brasil! Que força elementar da vida!  Não era um fragmento da nossa natureza, porque era toda ela! Os medíocres  charlatães, que já o estudaram, não enxergaram o segredo da sua imensidade. Vargas era ele. E por todos os seus contrários, a sua prodigiosa glória é a de haver tantas vezes sacudido este cadáver obediente que é o Brasil. Ele não falava para o povo: oficiava como um sacerdote. " 

É por isso que é necessário que se faça um desagravo à  memória de Getúlio Vargas. Não é o meu partido, pois o meu partido não disputa a memória de Getúlio Vargas. É o PDT que diz que é o dono da memória de Vargas. É o PTB, partido fundado por ele, Partido Trabalhista Brasileiro,que se  diz ser o detentor  das idéias de Vargas.

Não discuto quem seja o dono, mas todos têm que ter respeito pela memória de um homem extraordinário que foi estadista, no momento em que o mundo tinha estadistas. Hoje, a maior carência deste mundo em que vivemos é de um estadista; é de um líder mundial. Vemos um Presidente dos Estados Unidos - razão de chacota - sendo chamado para depor no Tribunal, que não se fazia com Franklin Roosevelt , que ombreava com Getúlio Vargas. Esse era o grande líder do mundo, como deveria ser Bill Clinton. Getúlio Vargas é incomparável, compará-lo com Lula é desrespeitar a sua memória. Não sou do PDT  nem do PTB,  mas sou getulista, acho que foi um grande estadista que este País teve, mas não há como fazer a comparação entre duas figuras completamente diferentes. Um homem que não fez nada pelo Brasil, a não ser o fato de ter sido candidato duas vezes a Presidente da República, e o outro que fez muito por este País, mudando-o: trouxe a siderurgia, levou o desenvolvimento e o conhecimento a muitas coisas do Brasil.

Pelo amor de Deus, não ofendam Getúlio Vargas, não usem o seu nome como se fossem detentores da sua tradição e da sua história! Foi a coisa mais horrível que eu ouvi, em matéria de Getúlio Vargas, comparar Luís Inácio Lula da Silva com este magnífico brasileiro, que foi tão bem descrito por Chateaubriand, que era alguém que realmente amava este País, que era um idealista que, nos braços do povo, foi levado à Presidência da República, quando disputou eleições proporcionais, foi Senador duas vezes no mesmo momento, foi Deputado Federal. Então, não dá para comparar Getúlio Dornelles Vargas, um patrimônio deste País, com Luís Inácio Lula da Silva. Não há nenhuma semelhança. Mas nada me impede que eu diga saúde e paz e que os donos da memória de Vargas cuidem um pouco mais dela. O Dr. Brizola não estava feliz no dia de ontem. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. GERSON ALMEIDA:  Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Quero informar aqui, em nome da Bancada do nosso Partido, a realização do XI Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, na última sexta-feira, sábado e domingo, encontro que reuniu em torno de 560 delegados, escolhidos por mais de 120 mil militantes e filiados do nosso Partido em todo o País, e que discutiram, profundamente, em cada município em que o PT está organizado, alternativas políticas à situação nacional e o melhor caminho,  a melhor maneira de constituir as condições para derrotar as forças políticas conservadoras que têm imposto ao povo brasileiro, uma das piores situações que esse povo sofrido jamais passou.

 Eu não me vou estender, aqui, sobre os dados sociais, que já são do conhecimento de todos, -  o crescente desemprego, a desesperança, a ampliação do trabalho informal, a ausência de expectativas e a exclusão social profunda -, mas quero dizer que, a despeito dos piores tormentos de muitos, e  desejos de outros, o nosso Partido vem fazendo um debate sério, muitas vezes acirrado sobre qual é o melhor caminho para se enfrentar essa situação difícil para todos os homens e mulheres de esquerda. Essas opiniões acabaram-se sintetizando em duas candidaturas: a do companheiro Milton Temer, Deputado Federal pelo Rio de Janeiro e a do companheiro José Dirceu, Presidente reeleito, e qualificaram, profundamente, o nosso Partido. Nas discussões, foram reequacionados os inúmeros segmentos e opiniões desse Partido plural e democrático.

No XI Encontro foi feita a superação dialética dessas diferenças, para construir uma unidade política superior e para fazer com que o PT seja capaz de, junto com os partidos de esquerda, como o PDT, e junto com todos aqueles segmentos que são contrários a essa política suicida, entreguista, que amplia a exclusão, compor as condições políticas, culturais, ideológicas que deverão derrotar o projeto neoliberal desse Governo que quer-se transformar num regime e que fez tudo para assegurar sua perpetuação por mais um período. Essa é a grande virtude do XI Encontro do Partido dos Trabalhadores: A unidade foi soldada, inclusive  pela presença de presidentes nacionais de partidos aliados, como do PPS, PCdoB, PV, PSTU, e especialmente pela presença do líder maior do trabalhismo, Ex-Governador Leonel Brizola, que foi aclamado pela militância petista e que lá, mais uma vez, soube cumprir o papel que, historicamente, tem cumprido. Mesmo com divergências, que muitas vezes tivemos e temos com o Ex-Governador Leonel Brizola, uma coisa sempre reconhecemos, porque ele é um dos principais homens públicos deste País: ele sempre esteve do lado popular. E vai, mais uma vez, somar fileiras para constituirmos a unidade das oposições em torno de uma candidatura capaz de derrotar Fernando Henrique Cardoso, em nível nacional, assim como Britto e sua coligação oligarco-conservador, no Estado do Rio Grande do Sul. O PSB também esteve representado naquele Encontro Nacional e, certamente, vai compor essa frente.

 Por último, quero dizer que a memória de Getúlio Vargas e o trabalhismo não têm dono. Agora, querer vir aqui, um dos representantes da Ditadura e da direita neste País, roubar, voltar a esta história trabalhista, à vitória popular deste campo, me parece que não é algo que faça jus à história real. Nós devemos dar nome certo às coisas e dar campo a elas.

 Por favor, caro, nobre e correto Ver. João Dib, não diga que é uma ofensa que o Brizola faz, pois apesar das diferenças homéricas na história,  na verdade, Lula e Brizola e todos aqueles que lutam contra o neoliberalismo, contra a exclusão social, são os melhores herdeiros da luta popular que este Brasil fez. E nós queremos estar à altura disso  e derrotar a oligarquia conservadora, tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador).

 

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Pedro Ruas, para uma Comunicação de Líder, pelo PDT.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a manifestação do ilustre Ver. João Dib peca por um detalhe importante. Obviamente, S. Exa. tem todas as condições e todo o direito de concordar ou discordar de qualquer avaliação ou comparação que faça este ou aquele líder político, o que inclui também o Engº Leonel Brizola, Presidente Nacional do PDT. Mas há um dado que é fundamental na manifestação do companheiro Brizola e que precisa ser trazido, neste pronunciamento, para análise  dos Vereadores, em especial do nobre Ver. João Dib. E faço a manifestação em nome dos Vereadores Isaac Ainhorn, Nereu D´Ávila e Elói Guimarães, que me honraram com esta oportunidade, para dizer  que Brizola colocou, de uma forma muito clara, a sua expectativa de que Lula representasse esse papel na história. Não era, Ver. João Dib, e está claro, inclusive na imprensa, uma manifestação de comparação, mesmo porque são situações difíceis de ser comparadas. Alguém que já exerceu um cargo no Executivo, do nível da Presidência da República, por tantos anos quanto Getúlio Vargas, obviamente não tem paralelo de comparação, em termos de realizações, com qualquer outro militante político que ainda não tenha exercido esse cargo. O que Brizola revela, no seu pronunciamento, é a expectativa de que Lula  represente para o Brasil algo semelhante ou maior do que Getúlio Vargas representou. É uma expectativa,  é uma ótica e que o Engº Leonel Brizola tem todo o direito de ter; e mais, além do direito , parece-me que tem,  neste momento, inclusive, a obrigação de ter. Porque se há algo que pode realmente ser importante no nível das transformações sociais, no nível das mudanças importantes que necessita a nossa sociedade, é a eleição de um companheiro alinhado no campo popular,  que tenha, efetivamente, compromissos de combate a esse chamado projeto neoliberal, que eu sei o que significa. E se esse companheiro, por consenso, for o companheiro Luiz  Inácio Lula da Silva, com certeza toda a expectativa será de que faça um trabalho no nível político e social igual ou superior ao que fez Getúlio Vargas.

Esse é o conteúdo do discurso de Brizola, aliás, esse é conteúdo do discurso que ele já tem repetido outras vezes. Por coincidência, falou, agora, no Encontro Nacional do PT, mas já tem falado também nos encontros menores, regionais, e  até de âmbito municipal, do PDT, e nós sabemos  que essa é a visão de Brizola sobre o tema. As matérias que eu vi, na imprensa, refletem exatamente essa posição. Talvez algum jornal do centro do País, que eu não tenha visto, tenha algo diferente. Esse pronunciamento e essa posição de Brizola, sincera, nós reconhecemos no PDT há bastante tempo. E este esclarecimento - há divergências de opinião , de visão - deveria ser feito. A expectativa de Brizola, na verdade, é a de todo PDT e de certa forma de todos aqueles companheiros que no campo popular lutam por reformas e mudanças sociais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  quero me ocupar de um tema que já foi abordado pelo Ver. Garcia e pelo  Ver. Záchia, que é a questão do cálculo da tarifa de ônibus da cidade de Porto Alegre. Não posso deixar de dizer uma frase a respeito dessas referências ao Dr. Brizola e ao ex-Presidente Getúlio Vargas. Avaliação por avaliação, o Governador Brizola já cometeu uma gafe histórica no Rio de Janeiro ao apoiar o Presidente Collor, e pagou caro por isso. Portanto, o Dr. Brizola não é infalível, já que nem o Papa o é. Em segundo lugar, considero curioso como certos discursos, hoje, só levantam um lado da administração Vargas e omitem, cuidadosamente, o lado da Ditadura de 1937/45. É bom que se lembrem que toda figura pública, por maior que seja, tem contradições. É bom lembrar isso. Viu-se recentemente um filme sobre a luta na Irlanda e sabe-se dos massacres que foram realizados contra cidadãos indefesos num estádio de futebol, em Dublin, por ordem de  Winston Churchill isso, no entanto, não diminui a figura de Churchill, mas o coloca num parâmetro de avaliação concreta e não só de um lado.

Quero deixar registrado isso, já que se teima tanto em chamar o Presidente Fernando Henrique de ditador,  e não me parece que ele tenha mandado matar ou prender ninguém, nem instituído Polícia Militar  ou coisa desse tipo, ou fechado o Congresso. Eu creio que um  pouquinho mais de clareza  e tranquilidade em avaliações políticas faz bem para avaliação histórica, sobretudo, quando quem faz acusações tem telhado de vidro, e bota vidro nisso, como a Administração do PT.

 Eu entrei nesta Casa, em nome do Partido dos Trabalhadores, denunciando tarifas escorchantes de ônibus e, pelo jeito, vou continuar na Liderança do PSDB denunciando manipulações de planilhas de cálculo tarifário. Eu tive o trabalho  de analisar todo o processo enviado pela SMT a esta Casa e seis pontos, pelo menos, objetivamente, podem e devem ser glosados por parte da opinião pública, e eu chamo a atenção, sobretudo, da Vera. Clênia Maranhão, que está tentando, através da instituição de mulheres, fazer uma representação sobre essa questão.

Em primeiro lugar, se inventou um seguro para passageiros, uma coisa que nunca existiu até hoje no cálculo da tarifa de ônibus de Porto Alegre. Nos parágrafos 16 e 17 do artigo 4º inventou  um seguro de acidentes  usuários de transporte coletivo, cujo valor real inexiste e foi atribuído utopicamente um determinado valor na tal planilha. Agora, a partir da cobrança da tarifa, as empresas  têm prazo para contratar o seguro,  e não contrataram. Ganham, mas não contrataram. Depois, vão calcular preços entre as empresas de seguro. Se o preço ficar no percentual estipulado pela planilha, vai valer; se for abaixo, vai ter que diminuir, o que já é uma piada, convenhamos, porque eu nunca vi alguém  devolver dinheiro. Se conseguirem fazer isso com os permissionários de hoje, vai ser a primeira vez na vida, ou seja, estamos pagando desde o último cálculo de tarifa, um seguro contra acidentes de passageiros. Novidade absoluta.

Em segundo lugar, e eu já tinha levantado este dado aqui, se elevou  a um patamar fantástico o pró-labore dos diretores das empresas permissionárias. Subiu a cinco vezes o piso de salário. Era de três, agora, saltou para cinco vezes e não se sabe por que  até agora. Eu concluo, Sr. Presidente, chamando a atenção, ainda, para critérios da depreciação do veículo, para a questão da remuneração, para a questão dos pneus, para a questão dos encargos pessoais e, sobretudo, para a exposição de motivos, o Decreto de fevereiro de 1997 que já pressupunha o dissídio e que se repete no aumento que ora foi implantado, ou seja, se deu duas vezes a tarifa pelo mesmo motivo. Mas volto ao assunto em outro momento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

                                                                                                                                                                      

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra em  Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o assunto sobre o transporte coletivo fica para quarta-feira.

Hoje, nós gostaríamos de saudar o Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores que, realmente, foi um marco ímpar e não tenho dúvida de que, a partir de agora, cada vez mais que nunca, está sendo consolidada a união das esquerdas que tanto se verbaliza, mas que, às vezes, fica difícil a coalizão. Mas, a partir da escolha de José Dirceu e do pronunciamento de Leonel Brizola um grande passo foi dado neste sentido. E hoje, através de toda a imprensa nacional, sabe-se que a intenção do Partido dos Trabalhadores é compor com o PDT, PSB, PCB, PCdoB. Vão fazer uma análise quanto ao PPS e PV, mas tenho certeza que esses dois Partidos também querem a união das esquerdas e também com aqueles dissidentes- por que não? do PMDB e do próprio PSDB. São aquelas pessoas que estão no PMDB, no PSDB, mas que têm o compromisso com a esquerda.  O que nós, Partidos de esquerda, temos em comum, mais do que nunca, neste momento, é tentar derrubar esse regime neoliberal. E acreditamos que este momento, é um momento de unidade, de darmo-nos as mãos, de deixarmos pequenas desavenças porque o projeto nacional é muito maior do que nós próprios e dos próprios Partidos. Chegou o momento das Esquerdas se unirem, e o Partido dos Trabalhadores realmente deu um grande passo.  Esperamos que essa aliança comece aqui e agora. Obrigado. (Palmas)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à    

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                

                           

ORDEM DO DIA

 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 1490/97 - VETO PARCIAL AO PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/97, que dispõe sobre o Plano Plurianual para o quadriênio  de 1998/2001 e dá outras providências.  

 

Parecer

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Veto às Emendas nºs 02, 03, 04, 37,  com   Subemenda  nº 01, 42, 47, 61, 64,  73,  75 e 76; pela manutenção do Veto à Emenda nº 74.

 

Observações:

 - para aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- no âmbito da CCJ, resultou empatada a votação do Parecer ao Veto Parcial.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o pedido de destaque à  Emenda nº 76 aposta ao PLE nº 018/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Adeli  Sell está com a palavra para  discutir o Veto Parcial aposto ao PLE nº 018/97..

 

O SR. ADELI SELL: Senhor Presidente, Senhores Vereadores. Temos um momento importante às 16h34min da tarde de hoje para discutirmos o Veto Parcial ao   PLE nº 018/97, que dispõe sobre o Plano Plurianual para o quatriênio de 1998/2001.

Faço um apelo aos senhores Vereadores, particularmente aqueles da chamada oposição, para que não se repita hoje aqui aquilo que aconteceu na semana passada - a insuficiência de presenças - para que possamos tomar decisões. A Bancada do PT não tem nenhum interesse  de ser arrogante e querer impor sua posição. No entanto, não podemos postergar mais essa importante decisão na tarde de hoje. Temos a intenção de votar o Veto hoje. É um Veto parcial. São poucos itens que o Sr. Prefeito Municipal vetou. São questões, algumas que particularmente quero votar contra dois ou três itens desse Veto. É um direito que cada Vereador tem, ainda mais nós que somos da Bancada do Governo, bancada essa que dá sustentação ao nosso Prefeito Raul Pont, e portanto, não vejo razão para que não possamos votar essa questão na tarde de hoje.

 Quero insistir pela Bancada do PT que nós, inclusive, fizemos destaque numa das Emendas. Queremos discutir porque é um tema extremamente importante sobre o Plano de Carreira dos municipários. Queremos até fazer um debate sobre o tema. Tínhamos posições divergentes quanto a uma primeira emenda aqui apresentada. Chegamos a um denominador comum. O nosso Prefeito tem uma posição divergente. No entanto, queremos, inclusive, derrubar esse Veto. Vários Vereadores da nossa bancada têm essa postura. Como lembra a Ver. Maria do Rosário, fomos nós que destacamos e queremos votar, portanto, e hoje discutir essa questão. É um grande momento. Alguns Vereadores têm nos cobrado o nosso posicionamento sobre o funcionalismo. O Ver. Carlos Garcia, o Ver. João Dib e este Vereador vamos, na quarta-feira, apresentar ao Prefeito Municipal o relatório da Comissão Externa, e que bom seria se já tivéssemos votado essa questão, porque com o voto da Bancada do Partido dos Trabalhadores nós teríamos aprovado aquilo que este Legislativo quer, discutir com as entidades dos funcionários públicos municipais  a possibilidade de um novo plano de carreira para, inclusive, reformular o atual, para fazer adequações, melhorá-lo.

 Portanto, nós estamos dando um voto e fazendo um gesto de humildade para discutir uma questão que é importantíssima na Cidade, particularmente, para os funcionários públicos municipais. Portanto, quero apelar, mais uma vez, aos Srs. Vereadores, para que possamos garantir a discussão e votação do Projeto de Lei do Executivo que veta parcialmente o Plurianual, poucos itens, mas que poderia ser feita aqui, hoje , à tarde, uma excelente discussão para que na semana que inauguramos os 224 anos desta Casa, tenhamos Sessão, discutamos e não fujamos dos nossos compromissos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é lamentável que se tenha que fazer os debates sobre as Emendas do Plurianual com essa retirada de quórum.

 Pelo acompanhamento  que estou fazendo constatei o seguinte: a Casa apresentou  setenta e sete Emendas ao Plurianual. Dessas setenta e sete, sessenta e oito foram aprovadas, quase 90%. Das sessenta e oito Emendas que foram aprovadas quatorze foram vetadas. Isso demonstra uma intenção do Executivo Municipal de debate com este Legislativo. Não é a mesma posição que tem o Governo do Estado com a Assembléia Legislativa que não veta 1, 2 emendas que a Assembléia faz para o projeto Plurianual e LDO, veta todas as emendas. Não é a mesma postura que tem o Governo Federal em relação ao Congresso Nacional, legislando só por medida provisória.

É preciso que se diga que a Câmara de Vereadores fez o debate do Plano Plurianual, apresentou um conjunto de emendas, grande parte dessas emendas foi aprovada. É interessante que se registre aqui para contrariar o discurso de alguns Vereadores que simplesmente, hoje, saem do Plenário, tiram o quórum e argumentam que é excessiva  aplicação de vetos. Eu gostaria de colocar que dos 14 vetos, a grande maioria está sustentada na questão legal, está sustentada em emendas que contrariam a LDB, contrariam o Estatuto da Criança e do Adolescente, que contrariam a Lei Orgânica do Município. Todas as emendas da Câmara de Vereadores que estão sustentadas, sim, em cima de vontades políticas, que não contrariam legislações foram recebidas pelo Executivo. Nós gostaríamos de deixar esse registro aqui.

 

A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço ao Ver. Renato Guimarães e digo que a minha leitura deste Plenário em que só permanecemos nós, Vereadores do PT, alguns  Vereadores do PDT, o Ver. Lauro Hagemann do PPS, Ver. Paulo Brum do PTB, é de que alguns setores da nossa oposição abandonaram a trincheira, abandonaram e a partir das 16h30min desta 2ª feira, já não é a primeira vez, nós estamos, praticamente, impedidos pela falta de quórum de votarmos esse Projeto da maior importância para a cidade e, como o Vereador colocou, não é um Veto completo, é um Veto parcial, por razões técnicas, na maioria das emendas, mas que além disso, tranca toda a nossa Pauta, toda a nossa Ordem do Dia e os projetos que têm para serem votados, se nós não votarmos esse Projeto. A população tem que saber disso.

 Nós devemos, também, neste momento, protestar quanto a isso e dizer que queremos trazer todos os colegas para o debate, politizado, aberto, para a aprovação ou rejeição das proposições apresentadas porque, enfim, esta é a nossa tarefa.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Eu só gostaria de registrar que os mesmos Partidos que fazem isso, hoje, aqui porque querem levar o debate para o Mercado Público, para a apreciação do Veto Parcial ser no Mercado Público,  eu gostaria que esses mesmos partidos propusessem, quando forem apreciados os Vetos na Assembléia Legislativa, fazer o debate na Praça da Matriz; eu gostaria que esta proposição fosse feita por esses partidos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)                

 

O SR. PRESIDENTE: Não há mais inscrições. Encerramos a  discussão.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO:  Sr. Presidente, vou querer discutir...

 

O SR. SECRETÁRIO: Mas já está encerrada a Discussão.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente...

 

O SR. PRESIDENTE:  Vereadora,  eu encerrei a discussão e vamos entrar em votação.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, eu vou me inscrever.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai interromper os trabalhos, pois precisa consultar o Sr. Secretário e a Diretoria Legislativa.

 

(Suspendem-se  os trabalhos às 16h48min).

 

O SR. PRESIDENTE (às 16h50min): A Mesa estava encerrando a discussão, quando a Vera. Helena Bonumá pediu para falar, a Mesa quer confirmar isso. Pedimos, encarecidamente, aos Srs. Vereadores que façam as suas inscrições com antecedência;  inclusive porque as inscrições podem ser retiradas. Podem estar inscritos e, no momento de falar, desistirem.

A Vera. Helena Bonumá está no seu direito, pois está no exercício do seu mandato e o que ocorreu é que eu e o Sr. Secretário não tínhamos certeza dessa inscrição. Se ela existiu não tem motivo para não dar a palavra ao Vereador inscrito.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Ver. Helena, o Sr. Presidente não visualizou V. Exa.

 

O SR. PRESIDENTE:  Está inscrita para   discutir o Projeto, na reabertura dos trabalhos, a Vera. Helena Bonumá que cede o seu tempo ao Ver. Renato Guimarães.

 

 O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de comentar Veto do Plano Plurianual. Os vetos colocados às emendas, do Ver. Carlos Garcia, que tratam da questão do ensino técnico profissionalizante do primeiro grau. Gostaríamos de dizer que a Administração Popular desenvolve um conjunto de atividades, hoje, em nível de trabalho educativo, em nível de convênios  profissionalizantes. Mas, a LDB  proíbe que o ensino fundamental, o ensino de primeiro grau, tenha  por fundamento a questão do ensino técnico. Essas, portanto, são as razões que levaram o Executivo a vetá-las.

Em relação às duas emendas, que tratam da questão do encaminhamento, à Câmara, o Plano de Investimento da Cidade: a Bancada do PT, em negociação, propôs uma subemenda colocando um prazo limite para o encaminhamento, preliminar, de investimento. Em nosso entendimento, a proposição do Ver. Antonio Hohlfeldt, de que este Plano seja encaminhado até o dia primeiro de novembro, não pode ocorrer, porque  no mês de dezembro de cada ano o Plano está sendo discutido com as comunidades. Então, não teria como a Prefeitura enviar o Plano de Investimentos para a Casa, pois não teria terminado o prazo de discussão do mesmo.

Gostaria, também, de acrescentar que, em relação aos destaques de obras, como pavimentação de ruas, criação de linha de ônibus de lotação, o nosso entendimento que essas são questões pontuais discutidas no orçamento anual e que, portanto, são questões  pontuais discutidas no Orçamento  Anual e que, portanto, não estão colocadas no documento,  no plano estratégico da Prefeitura que é o Plurianual. Portanto, é essa a questão colocada  em relação às emendas.  Em relação  à Emenda do Ver. Garcia que,  ano após ano, amplia o Orçamento da SMED, começando com  0,12% e assim progressivamente,  nós temos a colocar que a questão dos  orçamentos das Secretarias hoje estão colocados num debate relacionado  à  comunidade, uma disputa que é feita no Orçamento Participativo.  Hoje, se uma  Secretaria tem  10% de orçamento,  outra tem 0,5% e outra 0.3%  é resultado de um debate que a Administração Popular faz com a  sociedade de Porto Alegre,  portanto,  essa disputa deve ser feita na sociedade,  e não  no Plurianual, assim é o nosso entendimento.

 Para finalizar, gostaria de colocar que  a Bancada do Partido dos Trabalhadores  destacou  a Emenda nº 76, porque ela é resultado de uma negociação desta Casa, de  uma negociação de outras  emendas que falam  sobre a questão do Plano de Carreira  dos funcionários municipais de Porto Alegre. É o entendimento do Partido dos Trabalhadores, é o  entendimento  da Administração Popular que este debate precisa ser feito.  Esta Administração que está aí, há quatro anos em negociação, encaminhou a categoria um Plano de Carreira que, por diversos motivos,  acabou tendo dificuldade  no seu encaminhamento, mas nós  hoje estamos insistindo na continuidade  desta Emenda por entender   que há  necessidade de se abrir esse debate em relação ao  Plano de Carreira e  é interesse da Administração Popular,  é interesse desta Bancada  que se faça este debate. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr.  Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Estamos, neste momento, discutindo um Projeto dos mais importantes para a Cidade. Como todos nós sabemos,   o Plano Plurianual   tem o objetivo de estabelecer diretrizes para os três anos de uma Administração,  além do primeiro, e entra,  portanto,  no primeiro ano da   administração  que virá posteriormente. Não é um projeto que define obras, não é um projeto de lei que determina as intervenções específicas em cada tema das secretarias que compõem o Executivo Municipal, mas é um projeto  que vai dar as grandes linhas em cada um desses assuntos. Portanto, é uma visão de médio prazo que se estabelece na Cidade, em que a Câmara tem um papel fundamental.

Já foi dito, e é importante destacar, que a Câmara de Vereadores apresentou um elevado número de emendas. Segundo o Ver. Renato Guimarães foram 77 emendas e dessas 68 foram aprovadas, e o Executivo Municipal vetou 14. É uma demonstração clara da flexibilização política do Executivo Municipal. É um exemplo claro de negociação, no seu mais elevado entendimento, entre os Poderes do Município de Porto Alegre. Portanto, é absolutamente fundamental que a Câmara de Vereadores vote os vetos apostos pelo Sr. Prefeito que são, como já foi demonstrado pelos números, em pequeno percentual, comparando-se à quantidade de emendas apresentadas.

Quero destacar algumas das emendas e vetos apresentados pelo Sr. Prefeito. Uma delas diz respeito à apresentação do Programa de Investimento, que a cada ano o Executivo deveria encaminhar à Câmara de Vereadores até o dia 1º de novembro. Desde 1989, todos sabemos, essa definição é feita a partir de procedimentos do Orçamento Participativo, que, pela forma de trabalho que tem,  não consegue estabelecer uma relação fechada dos projetos nesta data. É muito difícil, quase impossível, que o Executivo encaminhe uma relação fechada das suas obras para o ano seguinte até esta data, pelo procedimento, que não é de agora , é desde 1989, porque é um procedimento que vai, num crescendo, onde cada uma das associações se reúne e forma a chamada microrregião. Essas microrregiões determinam a composição das 16 regiões da Cidade. Cada região tem três, quatro e até cinco microrregiões. E depois que as 16 regiões determinam a sua relação, ainda haverá um fechamento quando os 32 conselheiros das regiões mais os dez conselheiros das reuniões temáticas vão fechar essa relação de obras. É um processo lento e seria muito difícil, para não dizer impossível, que se tivesse uma relação fechada até essa data. Portanto, eu quero solicitar aos colegas Vereadores que aceitem o Veto, o que não impede que depois nós possamos discutir um processo para que o Executivo informe à Câmara de alguma forma, mas essa Emenda fica absolutamente impossível de ser obedecida pelo Executivo. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE:  A Mesa informa que o Presidente da GECAPA, Hailton Terra de Jesus, está realizando a 3ª Olimpíada da CMPA.  Ele está visitando cada gabinete e pedindo a colaboração e participação de todos e acho que isso é muito importante.

Queremos convidar a todos os Srs. Vereadores para a abertura da exposição de esculturas de Mário Cladera "A Sagração do Pampa segundo Marc Chagall" do acervo do escritório de arte Anônimos de Avignon.                      

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento de autoria do Ver. Gerson Almeida para que seja votada em destaque a Emenda nº 75.

 Em votação nominal solicitada pelo Ver Clovis Ilgenfritz. (Pausa.) Quatorze votos SIM. Não há quórum,  declaramos  anulada a presente  votação.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h08min.)

 

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